40 - Pirâmides etárias


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Pirâmides etárias são representações gráficas da estrutura populacional de um determinado lugar elaboradas conforme a idade e o sexo da população total.


Pirâmides etárias são indicadores populacionais que, por meio de gráficos, permitem a análise da dinâmica populacional de um determinado local segundo faixas etárias e de sexo.
Resumo

O estudo da dinâmica populacional requer uma análise estrutural. Um dos recursos mais utilizados para essa análise são as pirâmides etárias. Estas constituem representações gráficas que organizam a população de um determinado lugar segundo faixas de idade, dividindo-a por sexo. Existem quatro tipos principais de pirâmides etárias: pirâmide jovem, pirâmide adulta, pirâmide rejuvenescida e pirâmide envelhecida.
A importância das pirâmides etárias como indicador social

O uso das pirâmides etárias como indicador social permite o estudo da organização de determinadas sociedades. Esse estudo pode ser feito ao longo dos anos e permite a análise da dinâmica social em um determinado recorte espacial. É também útil na elaboração de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social e econômico de uma sociedade. As pirâmides refletem, portanto, a evolução demográfica, demonstrando a expansão, declínio ou estabilidade de uma população.

Para entender melhor como as pirâmides etárias são capazes de refletir a evolução demográfica, observe a análise a seguir:

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Adaptado

Ao observarmos as duas pirâmides etárias, podemos fazer uma análise a respeito da evolução da população brasileira em um recorte espacial entre o ano de 2010 e uma projeção para o ano de 2060. A pirâmide de 2010 indica uma alta taxa de natalidade, visto que sua base é larga. Já na projeção para 2060, o cenário muda: a base estreita-se, indicando redução do número de nascimentos.

É possível perceber também que a população jovem e adulta (população economicamente ativa) é maior no ano de 2010, estreitando-se na projeção de 2060. Isso deve-se ao fato de que, futuramente, a tendência será reduzir cada vez mais a taxa de natalidade e, consequentemente, diminuir a população economicamente ativa.

Uma expressiva mudança também ocorre no topo das pirâmides. Em 2010, o número de idosos no Brasil é bem reduzido, o que possibilita dizer que a expectativa de vida era baixa, logo, o acesso à saúde era precário e havia uma má qualidade de vida. Já na projeção para o ano de 2060, o topo enlanguescesse, demonstrando aumento na expectativa de vida dos brasileiros e indicando melhoria na saúde, acesso a medicamentos e melhores hábitos de vida.

Outra análise que é possível fazer é que as mulheres vivem mais no Brasil independente do ano, visto que, culturalmente, as mulheres cuidam mais da saúde e envolvem-se menos em situações de conflitos que geram óbitos.
Análise das pirâmides etárias

As pirâmides etárias são representações gráficas da estrutura populacional de um lugar dividida por faixa etária e sexo. Os gráficos são formados por barras superpostas e possuem topo, corpo e base. As barras inferiores correspondem à população mais jovem, e as barras superiores correspondem à população mais velha. O lado esquerdo do gráfico representa a população masculina, enquanto o lado direito representa a população feminina.

Observe abaixo como analisar uma pirâmide etária de acordo com suas partes:

Fonte: IBGE – 2018


Topo: representa a população idosa.


Corpo: representa a população adulta.


Base: representa a população jovem.


Eixo horizontal: corresponde à quantidade de pessoas (em valor absoluto ou em porcentagem). À direita, estão as mulheres. À esquerda, estão os homens.


Eixo vertical: corresponde às faixas de idade.
Pirâmides etárias dos países desenvolvidos

Os países desenvolvidos, como Japão, França e Suécia, geralmente apresentam expectativa de vida elevada. Isso ocorre pelo fato de a população possuir melhores condições de vida em relação à saúde e à educação, por exemplo. Nesses países, as taxas de natalidade e de mortalidade são baixas, o que sugere um baixo crescimento vegetativo (diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade).

As pirâmides desses países apresentam, comumente, bases estreitas, ou seja, o número de jovens é menor. Já seu topo é largo, o que indica maior proporção do número de idosos. Isso permite analisar que, nesses países, há problemas como falta de mão de obra e gastos com programas de assistencialismo para a população envelhecida.

Pirâmides etárias dos países subdesenvolvidos

Os países subdesenvolvidos estão, geralmente, situados na América Latina, na Ásia e na Oceania. Em decorrência das situações vividas pela maioria de sua população, esses países apresentam baixa expectativa de vida. Nos países subdesenvolvidos, as taxas de natalidade e de mortalidade são elevadas, o que sugere um elevado crescimento vegetativo.

As pirâmides etárias de países subdesenvolvidos apresentam, comumente, bases largas, indicando uma grande quantidade de jovens. Já seu topo é estreito, o que representa um menor percentual de idosos. Isso permite analisar que, nesses países, há problemas relacionados às políticas públicas. Além disso, a população necessita de melhor qualidade de vida, de investimentos na área da saúde e educação, de formação profissional e de inserção no mercado de trabalho.


Existem quatro tipos principais de pirâmides etárias com características específicas que refletem uma determinada dinâmica da população em análise.
Tipos de pirâmides etárias

Existem quatro tipos principais de pirâmides etárias, refletindo a estrutura de diversas sociedades:

1. Pirâmide jovem: apresenta base larga, indicando que a taxa de natalidade é alta, consequentemente, a população representada é jovem. Já o topo é estreito, portanto a população envelhecida não tem elevada expectativa de vida. Um número elevado de jovens indica famílias numerosas e poucos recursos para atender às necessidades básicas da população. Países subdesenvolvidos, geralmente, apresentam esse tipo de pirâmide. Nesses países, as políticas públicas são insuficientes, e o acesso à educação e à saúde é precário.

2. Pirâmide adulta: apresenta uma base larga com tendência à diminuição, visto que há propensão a uma redução da taxa de natalidade. O topo e o corpo da pirâmide aparecem mais alargados, constatando o aumento da expectativa de vida, e o corpo representa a população economicamente ativa. Países em desenvolvimento, geralmente, apresentam esse tipo de pirâmide. Nesses países, há uma melhoria no acesso às condições básicas, como saúde, educação e formação qualificada para o mercado de trabalho.



3. Pirâmide envelhecida: apresenta uma base mais estreita, representando redução das taxas de fecundidade e de natalidade. Já seu topo é mais largo em comparação aos topos das demais pirâmides, indicando redução das taxas de mortalidade e aumento da expectativa de vida. A pirâmide envelhecida demonstra, então, que os países as quais ela representa enfrentam problemas em virtude da pequena proporção da população economicamente ativa e do aumento da população idosa. O elevado número de idosos demanda gastos por parte dos programas assistenciais, pois essa faixa etária encontra-se fora do mercado de trabalho.

4. Pirâmide rejuvenescida: apresenta alargamento nas primeiras faixas da base, indicando aumento dos jovens. Também apresenta o topo mais alargado, indicando melhores expectativa e qualidade de vida. Países desenvolvidos começaram a apresentar esse tipo de pirâmide em decorrência da necessidade de aumentar a mão de obra. Assim, incentiva-se, nesses países, o aumento da natalidade e busca-se manter uma elevada expectativa de vida.
Pirâmide etária brasileira

A pirâmide etária brasileira apresentou uma grande evolução ao longo dos anos. O país passou por intensos processos de industrialização e urbanização, o que modificou a dinâmica da população. O avanço na medicina fez com que houvesse queda nas taxas de natalidade, visto que a população passou a ter maior acesso a medicamentos e a métodos contraceptivos. Proporcionalmente, houve, então, redução da base da pirâmide.

A urbanização mudou o modo de viver das famílias, e algumas delas passaram a enxergar filhos como aumento de despesas. Além disso, com sua inserção no mercado de trabalho, a mulher passou a se casar mais tardiamente e a optar por ter filhos com idade mais avançada ou por não os ter.

A melhoria na qualidade de vida também foi expressiva, aumentando a expectativa de vida em decorrência de avanços nas políticas públicas de saúde e do maior acesso à educação ao longo dos anos. Sendo assim, houve alargamento do topo da pirâmide etária brasileira.

A seguir, analisaremos a pirâmide etária do Brasil no ano de 1940 e a projeção populacional para o ano de 2040. Por meio dessa análise, será possível perceber as questões apresentadas acima.

Fonte: IBGE – Censo Demográfico – 1940

A base alargada da pirâmide de 1940 indica elevada taxa de natalidade e baixa qualidade de vida, visto que a pirâmide estreita-se à medida que se eleva a idade. A expectativa de vida também é baixa, como é mostrado pelo topo extremamente reduzido.

Fonte: IBGE – Projeção Demográfica – 2040

Observe que, além do expressivo aumento populacional de 1940 para a projeção de 2040, há uma mudança significante no formato da pirâmide. Apesar do aumento crescente da população, haverá tendências de redução nas taxas de natalidade. Ocorrerá também uma evolução da população economicamente ativa, indicando melhoria na formação profissional, na qualidade de vida e redução da mortalidade. O topo largo indica que haverá aumento da expectativa da população idosa, expressando melhoria nos cuidados com a saúde, contenção de doenças e avanços no campo da medicina.

Exercícios sobre pirâmide etária

Questão 1 – (CEFET- MG) Analise os gráficos a seguir:

Fonte da imagem: IBGE

A partir da leitura dos dados, é correto inferir que, no período analisado, houve

a) redução constante da natalidade.

b) incremento na expectativa de vida.

c) crescimento da mortalidade infantil.

d) ampliação do crescimento vegetativo.

e) minimização da demanda previdenciária.

Resolução: Alternativa B.

É possível observar que houve um aumento considerável na expectativa de vida da população entre os anos de 1980 e 2050, indicando melhoria na qualidade de vida e avanços na saúde.

Questão 2 – (UPE) Analise o gráfico a seguir:

Fonte da imagem: IBGE

Considerando os indicadores apresentados no gráfico e as atuais mudanças no processo de envelhecimento da população brasileira, é CORRETO afirmar que

a) a expectativa de vida no Brasil vem aumentando muito célere, consequentemente, apresentando taxas de longevidade acima das de países com índice de desenvolvimento humano elevado em aspectos como saúde, escolarização e nutrição.

b) de acordo com os indicadores demográficos, o Brasil encontra-se no início do estágio de transição de país jovem para país maduro. O percentual de idosos é semelhante ao de países como Suécia, Itália e Serra Leoa.

c) apesar das mudanças ocorridas na estrutura etária da população brasileira, entre as décadas de 1960 e 2010, o país continua demograficamente jovem, com elevadas taxas de natalidade e de mortalidade e com uma baixa expectativa de vida para a população em geral.

d) a taxa de fecundidade no Brasil vem declinando, e a proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças. Contudo, esse processo de envelhecimento populacional não ocorre de maneira uniforme em todas as regiões brasileiras.

e) o envelhecimento da população brasileira é oriundo do intenso processo de urbanização em todas as suas regiões. Por isso, o aspecto triangular da pirâmide etária vem apresentando, nas últimas décadas, um aumento percentual do bônus demográfico de homens e mulheres.

Resolução: Alternativa D

Não se pode afirmar que o Brasil possui taxas de longevidade acima das taxas apresentadas por países desenvolvidos, visto que a população idosa brasileira ainda não superou o crescimento dessa população nesses países. O Brasil tem apresentado diminuição nas taxas de natalidade e mortalidade, indicando melhoria na qualidade de vida e aumento da expectativa de vida. O envelhecimento, portanto, não está relacionado à urbanização, mas sim aos avanços na medicina e à melhoria na qualidade de vida. Além disso, as taxas de fecundidade, segundo a pirâmide, indicam diminuição, pois há estreitamento da base. Já o alargamento do topo indica aumento da população idosa.

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