O Processo de ocupação do território fluminense
A colonização das terras brasileiras, a partir do século XVI, vai ser resultante da iniciativa de empresas comerciais portuguesas levadas a efeito pelos navegadores daquele país.
O traço mais marcante da colonização do Brasil, embora o seja de outras partes do continente americano, foi o de servir à manutenção do pacto colonial. Neste sentido, os obstáculos naturais na exploração de riquezas como a Serra do Mar, não foi de insuperável transposição, já que à necessidade da busca ao ouro e os contatos com os indígenas e suas experiências com as trilhas, foram de grande importância. Como exemplo, temos o caminho indígena, que ligava a vila de Paraty ao caminho dos paulistas, fornecendo uma rota para o escoamento.
O quadro natural fluminense apresentava diversos fatores favoráveis aos objetivos portugueses, como exemplo, temos a presença de algumas baías, como a da Guanabara e da Ilha Grande, favorecia o aporte seguro dos navios, possibilitando a instalação de portos, em torno dos quais se desenvolveram núcleos populacionais. Assim como as baías, os estuários não só foram abrigos naturais para os navios portugueses, como também permitiram a penetração para o interior, subindo os vales dos rios principais e de seus afluentes. Neste sentido, o relevo foi durante longo período um “obstáculo” a ser transposto, valendo ressaltar as feições da Serra do Mar, aonde encontram-se dois blocos soerguidos: o da Serra dos Órgãos e o da Serra da Bocaina, nos limites com o estado de São Paulo.
Além dos acessos facilitados pelo quadro natural, os portugueses se beneficiaram dos caminhos e trilhas indígenas já encontrados no território. Muitos desses aldeamentos constituíram-se em embriões de futuras vilas e cidades: Niterói (séc. XVI), Mangaratiba, São Pedro D’aldeia entre outras.
A exportação em meio a este quadro, foi resultado dos diversos “ciclos” econômicos que serviriam de suporte à colonização e caracterizaram a economia brasileira durante séculos. E assim foi desde o século XVI até o inicio do século XX.
A introdução da agricultura canavieira na Baixada Fluminense, principal área do Rio de Janeiro produtora de açúcar desde o século XVI até o século XX, teve inicio após a expulsão dos franceses, em 1567. Seu cultivo em geral era praticado nas áreas de mata, em terrenos não embrejados, livres de enchentes. Com a sua expansão, se consolida a “zona nova” do açúcar caracterizada por pequenas propriedades, que seriam, no século seguinte, absorvidas pelas usinas.
Se a cana-de-açúcar espraiou-se por diversas partes do território fluminense, foi na região de Campos que essa cultura se consolidou a partir das usinas instaladas na região.
Posteriormente houve o ciclo da mineração, realizada essencialmente nas Minas Gerais, a mineração acarretou algumas transformações significativas no processo de ocupação do território fluminense. Os caminhos indígenas que ligavam o litoral ao interior foram de grande utilidade para que o percurso entre o porto e as minas fosse realizado, decorrência destes entrepostos, foi que se desenvolveu muitos povoados, os quais mais tarde se transformariam em vilas e cidades.
A mineração também foi responsável direta pelos núcleos iniciais de povoamento de outras parcelas do território fluminense. Após o século XVIII, com a escassez do ouro em Minas Gerais, a opção foi por iniciativas em torno da região de Cantagalo, ao qual atraiu pessoas não só de Minas Gerias, mas também de outras partes do Rio de Janeiro, como a Baixada Fluminense.
As transformações provocadas pela mineração deram como resultado final o deslocamento do eixo econômico da colônia, antes localizado nos grandes centros açucareiros do nordeste (Pernambuco e Bahia), para a cidade do Rio de Janeiro.
Bibliografia: BRITTO, Jorge. Arranjos produtivos locais: perfil das concentrações de atividades econômicas no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro
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