49 - Industrialização na Europa e demais países centrais


Os Pioneiros na Industrialização


Reino Unido




O Reino Unido foi o pioneiro no processo de industrialização. Mas, por que ele, e não outro como, por exemplo, os Estados Unidos? O Reino Unido tinha as condições básicas que eram necessárias para a industrialização. Condições em sentido econômico, político, social e natural.



O Reino Unido, em 1968, passou a se tornar a mais antiga monarquia parlamentar do mundo. O rei perdeu o poder político, que ficou sob os cuidados do Parlamento. A crescente burguesia mercantil passou a controlar o Estado britânico, usando para apoiar seus objetivos econômicos. A revolução burguesa foi fundamental para a eclosão da Revolução Industrial quase um século depois.



Durante o capitalismo comercial, o Reino Unido acumulou reservas de riquezas, que foram fundamentais para o processo da Revolução Industrial. Mais do que em qualquer outro país, a acumulação de capitais foi intensa. Essas reservas foram bem utilizadas para a instalação de industrias, ampliação de redes de transportes, extração de recursos minerais, etc. Todos esses fatores juntos, foram fundamentais em avanços técnicos nas indústrias importantes da Primeira Revolução Industrial.



Mas o Reino Unido tinha ainda a vantagem de possuir grandes reservas de carvão mineral, essenciais para o uso de máquinas a vapor. Graças às reservas de ferro e carvão, houve a expansão na siderurgia, e, portanto, o crescimento de outros ramos, como o naval, ferroviário, etc.



O Reino Unido já possuía as principais condições para ocorrer a Revolução Industrial: disponibilidade de matéria-prima e energia, acúmulo de capital, avanços tecnológicos. E o Estado já estava sob o comando da burguesia. Faltava apenas a força de trabalho.



Em fins do século XVII, os camponeses foram sendo expulsos do campo, para trabalhar nas cidades. Motivo: com a Lei do Cercamentos, as terras foram sendo privatizadas, e a atividade agrícola foi substituída pela criação de carneiros para fornecer lã à industria têxtil. Essa massa de camponeses que foi obrigada a se deslocar aos centros urbanos, se tornou o proletariado urbano. E os capitalistas estabeleceram a ralação de produção baseada no trabalho assalariado. Logicamente, eles aproveitaram para a exploração dos operários, e obtiveram altos lucros.



Localização Industrial



A localização industrial teve uma íntima relação com as jazidas de carvão e os portos. Por isso, houve grande industrialização nas chamadas “regiões negras”, como Yorkshire, Midlands, Northumberland, País de Gales, e outros.



Surgiram várias indústrias têxteis, principalmente em Yorkshire, devido a lã e o algodão que eram utilizados como matéria-prima. Com o desenvolvimento das indústrias de base, a siderúrgica, foi possível a produção de locomotivas e navios movidos a vapor. Era um fator puxando outro: as indústrias de material ferroviário e naval se localizavam perto das siderúrgicas, que por sua vez, se localizavam perto das jazidas de carvão, que também atraiu a industria têxtil.



Outro fator importante foi a existência de portos marítimos e fluviais. Muitas cidades, como Londres e Liverpool, desenvolveram um importante parque industrial.



Londres sempre foi a maior aglomeração urbana e industrial do país. Devido a disponibilidade de mão-de-obra, de mercado consumidor e rede de transportes, foi favorável a instalação de industrias menos dependentes de matérias-primas. Londres já era na Primeira Revolução Industrial, o maior porto e centro comercial e financeiro britânico. E após a Segunda Revolução Industrial, mais industrias que não dependam de carvão, foram se instalando em Londres, e ampliando cada vez mais a metrópole. Outra cidade importante foi Birmingham, que depois de Londres, era o principal centro industrial do Reino Unido, e possui um parque industrial bem diversificado.



Recentemente com a realocação industrial, as cidades do centro-sul da Inglaterra, passaram a abrigar s industrias mais novas e modernas.



Uma potência que perdeu o 1° lugar



Até o início do século XX, o Reino Unido liderava o avanço industrial. Mas apesar de hoje, ainda ser uma potência, perdeu a força que tinha, em sentido econômico e político. Embora o país tenha crescido após a Segunda Guerra Mundial, não conseguiu acompanhar o ritmo de outros países, como os Estados Unidos, Japão, Alemanha e França.



Essa decadência que ocorreu com o Reino Unido, atinge o país de forma desigual. Há alguns setores em decadência, como a têxtil, siderúrgica, que antes eram as maiores de mundo. Mas existem outros setores bem dinâmicos, como o petroquímico, e o nuclear, que é apoiado tecnologicamente pelos Estados Unidos.



Nas “regiões negras”, que antes eram bem fortes economicamente, hoje é visível a desindustrialização e o desemprego. Essas regiões liberavam migrantes para o sul, principalmente para Londres. O empobrecimento de parte da população ocorreu significativamente na década de 80, quando passou a ter uma maior concentração de renda. Isso ocorreu não só pela perda de competitividade do país, mas também pelas políticas neoliberais, adotadas pela primeira-ministra Margareth Tatcher, que prejudicaram a proteção social que antes eram mantidas pelo Estado.



Apesar de permanecer um custo social elevado, as políticas neoliberais atingiram seu objetivo: a redução do papel do Estado na economia. Assim, muitas empresas estatais foram privatizadas, por exemplo, a British Airways (transporte aéreo), British Petroleum, etc.



França



Sendo hoje a quarta maior economia do mundo, a França foi o segundo país a se industrializar. O rápido processo de industrialização teve início em meados do século XIX, depois a burguesia chegar ao poder, como resultado da Revolução Francesa. A França já contava com várias condições necessárias para a industrialização, mas foi basicamente o fator político que atrasou em relação ao Reino Unido.



A França, apesar de possuir vários recursos minerais, não é auto-suficiente em todos os setores, sendo preciso consideráveis importações.



Localização industrial



Logo no início da industrialização, as industrias se localizavam em torno de regiões ricas em carvão, na região da Lorena, de Pás-de-Calais e do Norte. Atualmente a utilização do carvão vem sendo substituída pela energia elétrica, derivados do petróleo, energia hidráulica e energia nuclear. Até porque, as minas de carvão mineral estão quase esgotadas no Norte do país. A maior concentração industrial fica na Lorena, principalmente as siderúrgicas.



A França dispõe de vários minerais, mas em pequena quantidade. No sul do país se concentra industrias de transformação do alumínio.



O gás natural é dispensável nos campos do Lacq. E abastece as regiões de Paris e outros centros por meio de gasodutos.



A França também dispõe de usinas hidrelétricas, que abastecem cerca de 25% da energia total consumida no país. Mas, o principal forte é a energia nuclear. Utilizando o urânio das jazidas do Maciço Central e Bretanha, aumenta cada vez mais o uso de usinas nucleares para a produção de energia elétrica. Cerca de 75% da energia elétrica consumida no país, provém da energia nuclear.



Boa parte do petróleo utilizado no país é importado, principalmente do Oriente Médio e norte da África e do mar do Norte. Os portos de recepção do petróleo estão em Le Hare, no Atlântico, e Marselha, no Mediterrâneo, e como conseqüência, perto desses estão as principais refinarias e indústrias petroquímicas. Visto que esses portos ficam próximos a foz de rios, facilita o transporte de derivados do petróleo para o interior do país.



Paris



O parque industrial francês é bem diversificado e moderno. E apesar da descentralização industrial no pós-guerra, o norte do país, principalmente a região de Paris, abriga a maior concentração industrial. Paris é beneficiada pela qualificada mão-de-obra, pelas renomadas universidades e centros de pesquisa, pelo amplo mercado consumidor, pela infra-estrutura de transporte e comunicações, acumulação de capitais desde a Idade Média, e é o centro político-administrativo da França. Portanto, Paris é o principal centro-econômico, financeiro, comercial e cultural da França. Nela se concentra um diversificado parque industrial.



Mas também há outros centros importantes, como Lyon. Aonde possui industrias químicas, mecânicas, eletrotécnicas e têxteis.



A França é um país em que o Estado apresenta boas participações na economia. Grandes empresas são controladas pelo capital estatal, como a Renault, Air France (aéreo), Elf Aquitaine (petrolífero).



Exercício


1) Por que o Reino Unido foi o pioneiro no processo de industrialização?



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2) Como se estabeleceu a localização das industrias no Reino Unido?



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3) Porque o Reino Unido é dito como uma potência em decadência?



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4) Depois de que fato, a França começou a se industrializar rapidamente?



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5) Aonde estão localizados os principais centros industrias da França?



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